As almas que se quebram no chão
Ambientado na Alemanha Oriental de fins dos anos 1980, o romance conta a história de um estudante brasileiro perdido entre as drogas e a ambição literária, entre a euforia do novo e a nostalgia do velho regime, entre ser e não ser. É a história de projetos que não se concluem, de ambições jamais alcançadas, de pessoas que se tornam vítimas das circunstâncias e que, eternamente deslocadas, só encontram conforto em suas pequenas misérias.
- ISBN: 9786561230131
- Acabamento: Brochura
- Páginas: 370
- Edição: 2024
- Autor: Karleno Bocarro
Este livro é a história não de um, mas de vários desastres. Desastre da utopia comunista. Da noção de sujeito. Do hedonismo e do moralismo. Da literatura.
Ambientado na Alemanha Oriental de fins dos anos 1980 — e, pois, da queda do Muro —, o romance conta a história de um estudante brasileiro, perdido entre a euforia do novo e a nostalgia do velho regime. Entre as drogas e a ambição literária. Entre ser e não ser.
A analogia com Hamlet não tem nada de casual, sobretudo porque, como o príncipe da Dinamarca, o nosso herói passa muito tempo hesitando, em elucubrações e devaneios, e, sempre que age, é pra deixar o ruim muito pior. Mas não pense o leitor que As almas que se quebram no chão é um daqueles romances “psicológicos” em que nada acontece, tipo sessão de psicanálise. Longe disso. Ancorado na tradição de Memórias do subsolo, de Dostoiévski, e do melhor beatnik norte-americano, o livro é cheio de energia, de ação, e muita coisa “acontece”, afinal.
Pegando esse gancho, é precisamente porque “faz acontecer”, presumo, que o livro de Karleno Bocarro nos instiga tanto, nos incomoda, mexe conosco desde as primeiras páginas. Isso sem mencionar a perícia narrativa, o estilo incisivo e até meio bruto, e, last not least, o valor propriamente literário deste romance, obra sui generis no panorama nacional.
Érico Nogueira